É impossível falar do Jiu Jitsu brasileiro sem citar o grande mestre Hélio Gracie, que desenvolveu um estilo próprio de lutar jiu-jítsu, utilizando alavancas que provaram que a técnica é mais importante do que qualquer força bruta e desenvolvendo uma dieta especial para lutadores. (o próximo post vai ser sobre a Dieta Gracie).
Hélio nasceu no dia 1 de outubro de 1913, em Belém do Pará, quando era criança sua família se mudou para o Rio de Janeiro. Devido ao seu físico e a saúde deblitada, Hélio não poderia praticar jiu jitsu junto com seus irmãos, mesmo assim passou a assistir as aulas de Carlos, seu irmão mais velho, e assim criou um estilo próprio de lutar, o conhecido Brazilian Jiu Jitsu, adaptando o jiu jitsu para que qualquer pessoa pudesse praticá- lo.
"O Jiu-Jitsu que criei foi para dar chance aos mais fracos enfrentarem os mais pesados e fortes. E fez tanto sucesso, que resolveram fazer um Jiu-Jitsu de competição. Gostaria de deixar claro que sou a favor da prática esportiva e da preparação técnica de qualquer atleta, seja qual for sua especialidade. Além de boa alimentação, controle sexual e da abstenção de hábitos prejudiciais à saúde. O problema consiste na criação de um Jiu-Jitsu competitivo com regras, tempo inadequado e que privilegia os mais treinados, fortes e pesados. O objetivo do Jiu-Jitsu é, principalmente, beneficiar os mais fracos, que não tendo dotes físicos são inferiorizados. O meu Jiu-Jitsu é uma arte de autodefesa que não aceita certos regulamentos e tempo determinado. Essas são as razões pelas quais não posso, com minha presença, apoiar espetáculos, cujo efeito retrata um anti Jiu-Jitsu." Hélio Gracie
Hélio começou sua carreira de lutas quando finalizou o lutador de boxe profissional Antonio Portugal em 30 segundos em 1932, no mesmo ano Gracie lutou contra o estadunidense Fred Ebert por 14 rounds de 10 minutos cada, até que a luta foi interrompida pela polícia. Em 1934, Hélio lutou contra Wladak Zbyszko, que era chamado de "campeão do mundo", por 3 rounds de 10 minutos, mas a luta terminou empatada. Em 1932 Hélio Gracie lutou contra o judoca Namiki, a luta terminou empatada, mas segundo a família Gracie o sinal do fim da luta tocou segundos antes que Namiki batesse o braço. Hélio enfrentou duas vezes o judoca japonês Yasuichi Ono, depois que o japonês estrangulou o irmão George Gracie em outra luta. Ele também lutou contra o judoca japonês Kato duas vezes. A primeira luta, no estádio do Maracanã terminou empatada, a segunda luta, realizada no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, Hélio ganhou estrangulando Kato. Uma de suas lutas mais famosas aconteceu no Maracanãzinho, em 1955, contra o japonês Masahiko Kimura, um dos maiores nomes das artes marciais daquele país em todos os tempos. O combate durou 3h45m e foi gravado em vídeo, sendo a luta mais longa já registrada. Mesmo tendo perdido a luta por uma chave de braço, Gracie, que pesava 63 kg contra os 100kg do japonês, revelou que chegou a ficar inconsciente durante o combate, mas recuperou-se e continou lutando até ter seu braço quebrado pelo oponente, o que forçou o seu córner a jogar a toalha, encerrando a disputa. Helio Gracie foi o último condecorado com a faixa vermelha 10º grau, graduação de grande mestre/não atingível, a falecer. O status foi dado somente aos pioneiros do jiu-jitsu, os cinco irmãos Gracie: Carlos, Oswaldo, George, Gastão e Helio.
No dia 29 de janeiro de 2009, com 95 anos, morre Hélio Gracie, ele teve uma pneumonia, e os exames médicos apontaram uma leucemia. Sua morte deixou de luto lutadores de todos os cantos o país e até do mundo, até mesmo grandes nomes lamentaram a notícia, como Minotouro..
"Estou muito triste com essa notícia. O Helio foi praticamente quem criou o jiu-jítsu no Brasil e levantou o nome da luta no país. Não tive contato com ele, mas tenho muito respeito por ele e por toda a sua família. Ele foi um grande homem, que deve sempre ser lembrado e reverenciado por tudo que fez." - Rogério Minotouro
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